terça-feira, 24 de setembro de 2013

Cosmovisão Cristã - Cristiane Magalhães

COSMOVISÃO CRISTÃ

Seminário Teológico Pentecostal do Nordeste
Aluna Cristiane Magalhães
Pr. Professor Jonas Silva

Resumo
O presente artigo tem como finalidade abordar sobre um tema muito estudado nos seminários, Cosmovisão Cristã. Trataremos de forma abreviada sobre origem e definições de alguns estudiosos da área. Por fim, descreveremos sobre a necessidade dos cristãos em  viver o Cristianismo coerente com a palavra de Deus e todas as suas implicações em todas as esferas da vida.

Palavras-Chaves: Cosmovisão, Cultura e Dicotomia,

Introdução
Cosmovisão é um sistema filosófico que procura explicar fatos da realidade como se relacionam e se apresentam um ao outro. O termo cosmovisão é a tradução da palavra alemã Weltanschauung, que significa “visão do mundo”, sua origem remete ao século XVIII. Cosmovisão é a maneira que enxergarmos o mundo. É um conjunto de crenças fundamentais que dá estrutura na qual as partes menores da vida se harmonizam. Logo Cosmovisão Cristã é a maneira que enxergamos a vida a partir da história bíblica.

Por que as cosmovisões são importantes?
Uma vez que nossas ideias influenciam nossas emoções, reações e conduta é particularmente importante para nós conhecermos aquilo que cremos e por quê. Na Bíblia está escrito “Como na água o rosto corresponde ao rosto, assim o coração do homem ao homem” (Pv. 27:19), nós somos aquilo que o nosso coração se apega e estudar cosmovisão é a ideia de conhecer a si mesmo.
O neocalvinista Abraham Kuyper utilizou também a tradução alternativa concepção de vida e do mundo que poderíamos também denominar biocosmovisão. Ele argumentava que os cristãos não pode se opor ao relativismo da cultura em nossa época a menos que desenvolva uma perspectiva de vida abrangente baseada na própria Palavra de Deus que é para todas as épocas e lugares. Kuyper, em seu livro Calvinismo, diz: “Graças a esta obra de Deus no coração, a convicção de que o todo da vida do homem deve ser vivido como na presença divina tem se tornado o pensamento fundamental do Calvinismo. Por esta ideia decisiva, ou melhor, por este fato poderoso, ele tem se permitido ser controlado em cada departamento de seu domínio inteiro”.
A historiadora Nancy Pearcey, discípula de Francis Schaeffer, em seu livro Verdade Absoluta, afirma: “A cosmovisão é como um mapa mental que nos diz como navegar de modo eficaz no mundo. É a impressão da verdade objetiva de Deus em nossa vida interior. Poderíamos dizer que cada um de nós tem um modelo de universo dentro da cabeça que nos diz como o mundo é e como viver nele”. Ela propõe que o cristianismo é a verdade sobre a realidade total, ou seja, ele envolve todas as esferas da vida.
Um clássico sobre cosmovisões é o livro intitulado O Universo ao Lado, que sugere que todos têm um universo mental ou conceitual no qual vivemos, e princípios que explicam as questões fundamentais da vida: Quem somos? De onde viemos? Qual o propósito da vida? Ele coloca o coração como centro da cosmovisão “diz: “Uma cosmovisão é um compromisso, uma orientação fundamental do coração, que pode ser expresso como uma narrativa ou como um conjunto de pressuposições (suposições que podem ser verdadeiras, parcialmente verdadeiras ou inteiramente falsas) que nós sustentamos (consciente ou subconscientemente, consistente ou inconsistentemente) sobre a constituição básica da realidade, e que fornece o fundamento sobre o qual nós vivemos, nos movemos e existimos”. O autor do livro James Sire, convida os leitores a examinar muitas cosmovisões para entenderem o universo mental mantido pelas outras pessoas, as que vivem no “universo ao lado”.

A Dicotomia

Afirmação radical é a afirmação de que todo o conhecimento depende da verdade religiosa. Esta afirmação é mais fácil de entender quando nos damos conta de que o cristianismo não é o único sobe este aspecto. Todos os sistemas de crença trabalham do mesmo modo. Um sistema que proponha como auto-existe, é, em essência o que se considera divino. E esse compromisso religioso funciona como principio controlador para tudo o que vem depois. O temor de algum “deus” é o principio de cada sistema de conhecimento proposto.
Em nossa cultura, os crentes construíram uma cultura paralela entre o sagrado/profano, uma dicotomia onde o trabalho comum é denegrido ao passo que o trabalho na igreja é mais valioso. Restringindo a fé a esfera religiosa e adotando qualquer opinião que seja atual em seus círculos profissionais ou sociais. Costumam compartimentar a sua vida entre o religioso e profissão, pensam apenas em ser cristão no trabalho e não em ter uma visão bíblica para o seu trabalho. Isso acontece porque a religião não é considerada uma realidade objetiva, mas uma questão de gosto pessoal, porém se o cristianismo não tem resposta para o nosso todo, como se sustentará “Uma cultura ou indivíduo com bases fracas só podem manter-se em pé se a pressão não for muito grande “diz Schaeffer. Esta divisão tornou-se uma arma contra o verdadeiro cristianismo, deslegitimando a perspectiva bíblica, colocando o poder do Evangelho no cativeiro. Os crentes esqueceram ou desconhecem que a Bíblia é a verdade sobre a realidade total.  Alguns crentes acham isso altamente frustrante. Querem integrar a fé em cada aspecto da vida, família, igreja, relações pessoais (sagrado), como também na educação, ciência, política, economia e todas as outras áreas públicas (secular).

Visão Restaurada
O pensamento da genuína cosmovisão cristã é muito mais que uma estratégia mental ou nova informação nos acontecimentos atuais. É na verdade um avanço no desenvolvimento do homem dominando o todo da vida. Contribuindo para o enobrecimento da vida na sua integralidade. Cosmovisão é um comprometimento do coração e começa na submissão da nossa mente ao Senhor do universo: “Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento...” (Lc. 10.27). E a condição crucial para o crescimento intelectual e o crescimento espiritual é pedir a Deus a graça de levar “cativo todo entendimento à obediência de Cristo” (2 Co 10.5).
Toda a verdade começa em Deus. A única realidade auto-existente é Deus, e tudo o mais depende dEle para sua origem e existência contínua. Nada existe separado da sua vontade; nada está fora do seu controle, Ele é o autor da história bíblica: a criação, a queda e a redenção.
Criação
A bíblia ensina que Deus é a fonte exclusiva de toda ordem criada. Nenhum outro deus concorre com Ele; não existe força natural própria; nada recebe sua natureza ou existência de outra fonte. Sua Palavra, ou leis, ou ordenanças da criação dão ao mundo ordem e estrutura. A palavra criativa de Deus é a fonte das leis da natureza humana – os princípios da moralidade (ética), da justiça (política), do empreendimento criativo (economia), da estética (artes) e até do pensamento claro (lógica). É por isso que 119.91 declara: “...tudo está a teu serviço (NVI). Não há assunto, tema, matéria que seja filosófica ou espiritualmente neutra.
Queda
A universalidade da criação é emparelhada pela universalidade da queda. A Bíblia ensina que todas as partes da criação – inclusive nossa mente – foram atingidas na grande rebelião do Criador. A Bíblia nos adverte que a idolatria ou a desobediência voluntariosa a Deus torna os humanos “cegos” ou “surdos”. Paulo escreve: “O deus desta era cegou o entendimento dos descrentes, para que não vejam a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.”  2 Coríntios 4:4Eles estão obscurecidos no entendimento e separados da vida de Deus por causa da ignorância em que estão, devido ao endurecimento dos seus corações.” Efésios 4:18.
É certo que os não crentes ainda atuam no mundo de Deus, portam a imagem dEle e são sustentados por sua graça comum, fatos que significam que têm a capacidade de descobrir segmentos isolados de conhecimento genuíno. E os cristãos devem acolher com alegria esses insights. Toda a verdade é a verdade de Deus, como diziam os pais da igreja. Pode haver ocasiões em que os cristãos estejam enganados em alguns pontos e os não crentes, certos. Não obstantes, os sistemas globais de pensamento formados pelos não crentes serão falsos, pois se sistema não é constituído sobre a verdade bíblica, então o será sobre outro principio básico. Até as verdades serão vistas pela lente distorcida de uma falsa cosmovisão. Em consequência disso, a abordagem cristã em qualquer campo precisa ser critica e construtiva. Não podemos tomar os resultados da erudição secular como se fosse território espiritualmente neutro, descoberto por pessoas cujas mentes estão de todo abertas e objetivas, ou seja, como se a queda nunca tivesse acontecido.
Redenção
Por fim, a redenção é tão abrangente quanto à criação e a queda. Deus não salvo apenas a nossa alma, deixando nossa mente funcionar sozinha. Ele resgata a pessoa inteira. A conversão tem o propósito de dar nova direção a nossos pensamentos, emoções, vontade e hábitos. Paulo nos exorta a oferecer nosso “eu” a Deus como “sacrifício vivo”, de forma a não sermos conformados com esse mundo, mas sermos transformados pela renovação da nossa mente (Rm 12.1,2). Quando fomos redimidos, todas as coisas se fizeram novas (2 Co. 5.17) Deus promete nos dar “um coração novo e “um espírito novo” (Ez36. 26), avivando nosso caráter com vida nova”.
Isto explica por que a Bíblia trata o pecado, primeiramente, com questão de termos nos afastados de Deus para servir outros deuses, e, em segundo plano, destacando uma lista de comportamentos imorais específicos. O primeiro mandamento é, afinal de contas, o primeiro – os demais vêm somente depois que estivermos certos sobre quem ou o que estamos adorando. E é por isso que a redenção consiste, de maneira fundamental, em expulsar nossos ídolos mentais para voltarmos ao verdadeiro Deus. E quando fazemos isso, experimentamos seu poder transformador que renova cada aspecto da nossa vida. Falar sobre um a cosmovisão cristã é outro modo de dizer que, quando somos redimidos, toda nossa perspectiva de vida é recentralizada em Deus e reconstruída em sua verdade revelada.

CONCLUSÃO
Portanto, somos chamados para conhecer as Verdades da Palavra, ter uma mente inquiridora que medita, reflete, constrói pensamento, para serem vivenciadas em direção a uma cosmovisão cristã que unifique o sagrado/secular. Do contrario, nenhum cristão se sentirá plenamente feliz, pois está dividido andando em direções opostas. Tudo o que fazemos devem ser para glória de Deus, isso inclui o trabalho honesto e empreendimentos criativos, tudo é valido para o serviço no Senhor. E assim, o poder do Evangelho sairá do cativeiro do âmbito particular e influenciará toda a sociedade.

Fontes:
Pearcy, Nancy. Verdade Absoluta.  Casa Publicadora das Assembleias de Deus: Rio de Janeiro, 2006.
Kuyper, Abraham. Calvinismo. Cultura Cristã: São Paulo, 2002.
Sire, James. O Universo ao Lado. Hagnos: São Paulo, 2009.
Schaeffe, Francis. Como Viveremos? Cultura Cristã: São Paulo, 2003,

Um comentário:

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