ARGUMENTO COSMOLOGICO – KALAM
Valdir de Jesus Carvalho
Seminarista do III ano do Curso de
Teologia do Seminário Teológico Pentecostal do Nordeste
Palavras
chaves: Argumento, Cosmológico, Ghazali, Premissa, Kalam.
RESUMO
O
argumento Cosmológico é o argumento a partir da criação ao criador, a
posteriori, do efeito à causa, e é baseado no principio da causalidade, onde
afirma que todo evento tem uma causa, ou que tudo que começa tem uma causa.
O
argumento Kalam, é uma forma horizontal, (linear), de argumento cosmológico.
O
universo não é eterno, então deve ter tido uma causa. Essa causa deve ser Deus.
Esse
argumento tem uma história longa e venerável entre filósofos islâmicos como
Alfarabi, Al Ghazali e Avicena.
1 -
INTRODUÇÃO
O argumento
Cosmológico é sem duvida o maior e mais brilhante dentro dos cincos argumentos.
Estudar sobre o cosmo é um desafio não só da ciência, como muitos afirmam. É
papel de um teólogo, apologeta juntamente com a ciência moderna auferir um
sistema racional e lógico, ordenado que faça sentido aos fatos. Há muitas
inverdades, obras grandiosas, “cientificas” que já produziram trabalharam em
cima do cosmo. Desde os primeiros filósofos, o discurso de que o universo não
teve um começo, é dom do acaso, veio do nada, é tão antigo como o homem. Hoje a
ciência competente, “a boa ciência” admite e publica que o que conhecemos por
universo nem sempre foi assim. Isto é, estar mais velho, em expansão. Com essa
observação que deu fim a problemática se a matéria é eterna? Resta agora
resolver se o universo é “obra do acaso” e se o “nada gerou alguma coisa.”
No decorrer do artigo
tentaremos responder a mais fundamental e relevante pergunta, que por sinal é
uma pedra no sapato dos ateus:
“Se Deus não existe, então por que existe alguma coisa em vez
do nada?”.
2 – AL –GHAZALI
Teólogo mulçumano do
século XII fez uma critica intimidadora da perspectiva dos filósofo intitulada “A
incoerência dos Filósofos”. Nessa obra ele argumenta que a ideia de um universo
sem principio é absurda, o universo tem que ter tido um principio e, uma vez
que nada começa sem uma causa, deve ter tido um criador transcendente.
Em síntese podemos
montar assim:
1-
Tudo
que começa a existir tem uma causa;
2-
O
universo começou a existir;
3- Logo, o universo tem uma causa.
Analisando cada uma das premissas na sua ordem vejamos suas
consistências e coerência uma com a outra:
2.1 PRIMEIRA PRIMISSA
“Tudo que começa a
existir tem uma causa”.
Como pode algo existir
a partir do nada?
É vão tentar justificar a matéria surgindo do “nada”.
1 – Algo não pode vir
a existir a partir do nada, é tão absurda e superficial que fica impossível
atingir a razão, a verdadeira ciência não alega tamanho problema.
Pode ser que às vezes
alguns céticos respondam a isso dizendo que na física as partículas subatômicas
(as chamadas “partículas virtuais”), vieram a existir do nada, ou existam
certas teorias sobre a origem do universo que às vezes são descritas em
revistas populares com a possibilidade de se torna algo do nada, de modo que o
universo seria uma exceção ao ditado “nada é de graça”.
Em resposta aos
céticos representa um deliberado abuso da ciência. As teorias de que estamos
falando tem a ver com partículas que se originam como uma flutuação de energia
contida no vácuo. Para a física moderna, o vácuo não é o que o leigo entende
como “vácuo”, ou seja, como nada. Antes para a física o vácuo é um mar de energia
flutuante regido pela luz da física e que tem uma estrutura física. Dizem a um
leigo que com base nessas teorias, podemos dizer que algo veio do nada
significa distorcê-la.
“ O nada é a total
ausência do que quer que seja, até mesmo do próprio espaço”, portanto temos
como “o nada é instável” ou o universo se encapsulou e passou a existir a
partir do nada”, revela simplesmente tolice!
2 – Se algo veio a
existir a partir do nada, então se torna inexplicável por que motivo qualquer
coisa ou todas as coisas não vieram a existir a partir do nada. Porque uma
bicicleta ou Beethoven ou um copo de cerveja simplesmente não surgem do nada?
Por que somente o universo veio a existir do nada?
A esta altura é
provável que os ateístas repliquem: “Tudo bem. Se tudo tem uma causa, qual é a
causa de Deus?”
A primeira premissa não diz que tudo tem uma causa. Antes,
ela diz que tudo que veio a existir tem uma causa, uma vez que nunca veio a
existir, pois sempre existiu.
Al-Ghazali, portanto, responderia essa pergunta dizendo que
Deus é eterno e não causado. Essa não é uma alegação especialmente criada para
Deus, pois é exatamente isso que os ateístas têm dito tradicionalmente a
respeito do universo: ele é eterno e não criado. A questão é que temos boas
evidencias de que o universo não é eterno, não teve origem, e assim os ateístas
se veem num beco sem saída quando dizem que o universo passou a existir sem uma
causa, o que é um absurdo.
2.2 SEGUNDA PREMISSA
Um dos argumentos mais polêmicos, uma vez que diz que o
universo começou a existir.
2.2.1 Primeiro
argumento filosófico:
“Não pode haver um
número atualmente infinito de coisas”
Al-Ghazali, argumentava
que, o universo nunca tivesse tido uma origem. No entanto segundo ele, não pode
haver um número infinito de coisas.
Al-Ghazali, reconhecia
que um número potencialmente infinito de coisas pudesse existir, mas negava que
um número atualmente infinito de coisas pudesse existir.
Vejamos:
Infinidade potencial
vs. Infinidade atual.
Quando dizemos que
algo é potencialmente infinito, o infinito serve meramente como um limite ideal
que nunca é alcançado.
Al-ghazali não tinha problemas com a existência de infinitos
meramente potenciais, pois estes são apenas limites ideais. No entanto quando
se trata de um infinito atual, estamos tratando de um conjunto que não está em
crescimento em direção ao infinito como limite, mas que já está completo: o
número de elementos que já integram o conjunto maior do que qualquer número
finito.
2.2.2 Segundo argumento
filosófico:
“Você não pode passar por um número infinito de elementos um
de cada vez”
Al-Ghazali tem um
segundo e independente argumento para explicar a origem do universo.
Contando até o
infinito (ou a partir dele)
Segundo Al-Ghazali, a
cadeia de eventos passados se formou pelo acréscimo de um vento em seguida
outro. Essa cadeia é como uma fileira de dominós, que seria a nossa época,
porem nenhuma sequencia formada pelo acréscimo de um elemento depois do outro
pode ser um finito atual, pois você não poderia passar por um número infinito
de elementos de cada vez.
Isso é fácil de ver quando se tenta contar até o infinito.
Não importa até que ponto você consiga chegar, pois sempre restará um número
infinito para contar. Mas assim, se um número infinito tivesse que cair
primeiro o último dominó jamais poderia cair. Assim não poderíamos chegar à
época, ao dia de hoje. Mas obviamente chegamos! Isso mostra que a cadeia de
eventos passados deve ser finita e ter tido um começo, uma origem.
2.2.3 Primeiro
argumento cientifica:
A - A Expansão do universo
Um dos mais espantosos avanços da moderna astronomia, que
Al-Ghazali jamais teria antecipado, é o fato de que agora temos fortes
evidências cientificas em favor da origem do universo. Sim a ciência fornece
uma das mais dramáticas evidências em favor da segunda premissa do argumento
cosmológico kalam. A primeira confirmação cientifica de que houve uma origem
vem da expansão do universo.
B - O “Big Bang”
Ao longo de toda a
história, a humanidade assumia que o universo como um todo era imutável. É
evidente que as coisas no universo se movimentavam e mudavam, mas o universo em
si ficava lá, imutável, por assim dizer.
Esse pressuposto também valia para Albert Einstein, quando
ele começou a aplicar ao universo, em 1917, a sua nova teoria da gravidade,
chamada de “teoria geral da relatividade”.
2.2.4 Segundo argumento
cientifico
A termodinâmica do universo
Como se isso já não bastasse, existe na verdade uma segunda
confirmação da ciência sobre a origem do universo, proveniente da segunda lei
da termodinâmica. Segundo essa lei, a menos que um sistema esteja recebendo
energia, ele se tornará cada vez mais caótica, desordenado.
O fim do mundo
Já no século XIX, os cientistas perceberam que essa segunda
lei da termodinâmica implicava em uma previsão sombria para o futuro do
universo. Dando-se tempo suficiente, toda a energia do universo se espalhará de
maneira uniforme por todo o universo. O universo se tornará como uma sopa de
nada no qual nenhuma forma de vida será possível. Uma vez que o universo atinja
esse Estado, não será possível qualquer mudança significativa. É um estado de
equilíbrio no qual a temperatura e pressão são as mesmas em todo lugar. Os
cientistas chamam esse estado de “morte térmica” do universo. Estamos em um
estado de desequilíbrio em que ainda há energia disponível para ser usada e o
universo possui uma estrutura ordenada.
CONCLUSÃO
Se o universo existe,
foi provado que existiu um principio, o que o causou. Não veio do nada, devido à
explicação absurda o “nada é nada”. Portanto Deus o causou e não foi causado,
Ele não veio a existir – é eterno, atemporal. Sendo Deus o autor da criação, é
mais obvio aceita-lo como a causa primeira. Temos a ciência que nos auxiliou e
a coerência da observação. É a fácil crer nessa “causa primeira” do que crer em
causas no acaso é cego e sem fundamento cientifico.
Deus existe, é o criador do universo é o mantenedor da ordem
e beleza que nele existe.
Referencias;
Craig, William Lane – Em guarda, defendendo a fé cristã com
razão e precisão, Vida Nova.
Geisler, Normam –Enciclopédia de Apologética – Ed. Vida
O "Nada Jocaxiano" responde todas estas questoes sobre a origem do universo:
ResponderExcluirhttp://www.genismo.com/logicatexto23.htm